Sente o homem o cheiro
da terra e do ar,
e tudo por dinheiro
é capaz de esfrangalhar.
Sente o homem o cheiro
de que algo está podre
mas esquece no tinteiro
de fazer algo sobre.
Sente o homem o cheiro
do mar, da maresia,
em sabendo do pesqueiro
é um ar de rasia.
Sente o homemo cheiro
da chuva - que cai do ar -,
nas águas límpidas do ribeiro
vai o lixo a despejar.
Sente o homem o cheiro
por todo o lado, da podridão,
mas não é dele o vespeiro
nem foi por sua acção.
É um homem cujo cheiro
se cheira a si mesmo,
vai contente, fragateiro
e horrendo, por aí a esmo.
02-06-2005
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