Descobre o poeta sua grande mágoa,
descobre-se no amor que o faz sofrer,
alivia-a na poesia, salvífica tábua
de naufrago na luz do entardecer.
De olores e saudades se envolve no manto,
que revive na angústia da memória
em sons e cores dulcifica o canto
em que faz da mágoa outra história.
Extravasa o poeta em feliz acontecimento
da dor a saudade o sofrer atroz,
manifesta regozijo em tal lamento
que encanta quem o ouve noutra voz.
E vai repescando à alma abrigo,
no sol que o aquece e na lua que lhe sorri,
no dia e na noite que passa sem amigo,
no poema que escreve para ti.
10-06-2005
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