O espelho em que me miro de manhã
é um reles contumaz mentiroso,
fazendo-me passar por tal afã
na tentativa de um ar mais jeitoso.
Penso que já o vi a dançar o cancã
-- e eram altas horas da madrugada --
quando tentei esforçado em luta vã
resolver a acidez da jantarada.
O malandro não se compadecia,
nem se dignou acudir o vizinho,
estático, gozador, só se ria...
Vinguei-me com raiva e apaguei a luz,
mesmo assim foi dizendo: «é do vinho,
já sabes que em demasia é de truz!»
02-06-2005
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