Ceia Nacional do Sobado de Seixal/Almada

Companheiro, Companheira,
Polémicas à parte,
Hoje voo em joeira
Querendo sensibilizar-te.

Isso das ceias e dos fados,
Tem complicada escola,
Uns, deles enamorados,
Outros, não chateiem a carola.

Muito tempo é passado
E as saudades imperam.
Calar para ouvir o fado,
Em tormento desesperam.

Dizem:" À ceia vim hoje,
Saber da terra e de colegas,
Saudades que trago de longe,
Não quero entrar em refregas."

Dito assim, é compreensível,
Que nem discursos queiram ouvir.
Não são de alma insensível,
Recordando preparam o porvir.

Nós, maconginos de cepa,
Precisamos de adaptar.
A tradição não se decepa,
Se doutro jeito irmanar.

Maconge tem rituais
Que não se podem olvidar.
Discursos e fados são dos tais,
A perderem-se é naufragar...

Sou tradicionalista
E em Maconge sou feliz,
Cresci em regras sem vista,
Fraternidade não se desdiz.

Conheci Solidariedade
Pensando outra coisa ser,
Confundia com Amizade,
Em Maconge vim a saber.

Como dizia D. Mário Saraiva:
"Elas são o esteio do Homem,
O alimento do Reino
Que das procelas sulcava
Em novos maconginos e jovem
Se perpetuará o Reino.
Ele transporta Amor.
Até à Eternidade."


06-03-2005

Sem comentários: