Imanente Chama

Quando fores, meu amigo, pelas tuas recordações
e aportares ao sublime grelhado de uma quimaia
e ouvires da cacunda da preta o choro que ensaia
o aviso da fome que se embota nos mandões;

Quando pelo Cunene abaixo fores pelos jacarés
e detrás das bissapas, imóvel, vires o sengue,
recorda-te rápido dos passos de merengue,
rodopia e joga-lhe na fuga a poeira dos teus pés.

Sorri e canta então a lengalenga Cuanhama
que louva os deuses pelos seres e pela natureza
e da fome atira a prece à caça da certeza...

E não receies dizer-nos da imanente chama
que incende a tocha da vida de emoções,
jornadeante do ego, seiva de que te recompões!


16-06-2005

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