Angola

Por todo o lado te procurei, por todo o lado,
até à mulemba mais distante,
até ao riacho da chuva inconstante,
até das forças ser abandonado.

Por todo o lado me disseram, por todo o lado,
que te viram desenhando nuvens divertida,
outros que te viram ao longe de partida
em alegre conúbio com o sol abraçado.

Ser terreno e não ser alado, é um contratempo,
sentir-te e não te poder ver por não ser este o tempo,
é um constrangimento que carrego e me envolve.

Procuro-te quando te durmo e me sonho em ti
à luz do sol ou da lua, até quando beijo, é em ti
que me realizo, e por isso o tempo não te devolve.


10-06-2005

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