Ao Poeta de Furor

De prova dada está o Higino,
o Zé Luis a escrevinhar,
qual seja o tema, é um mimo,
troca-me as voltas na rima a dar.

Dá, não dá, qual baralho a usar,
que mesa ou que parceiro a filar...
já do liceu, com virgens ou usadas
jogava, não fossem é profanadas.

Sempre na sua irreverência,
faz jogadas de bluff rápido,
esquece-se da velha sapiência,
aceitar o que doutros não é hábito.

Não jogando com muita subtileza,
não chega contudo a deslustrar,
mas deixa por vezes um amargar,
nesse dar cartas com tal dureza.

Sendo bom prestidigitador,
baralha-me de tal modo os naipes,
que às vezes me dão uns vaipes
de dizer-lhe, não sejas castigador.

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A malta é fixe, a malta é fixe...
Quem não pensa como eu,
Que se lixe, que se lixe,
Não é do liceu, não é do liceu...


30-03-2005

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