Sorri à Madrugada

Sorriem os meus olhos contigo madrugada,
mal entreabertos, colados no sonho pela remela,
marca do orvalho gemido pela humidade dela,
no encontro da vontade na fruta açucarada.

Cantam os meus ouvidos os sons da noitada,
pulam e batem em frenesim o martelo e a bigorna,
o sussurro ofegante do ai, entrecortado, retorna,
embala-se no pavilhão e na mente a amada.

Saboreiam meus lábios os teus cheiros, doce amora,
manifesta-se a língua num estalo de satisfação,
o beijo dos beijos afagando em longa sucção...

Oh! beleza, oh! mundo ao avesso, não vás embora,
aquece-me em teus cabelos, encanta-me ao serão,
vem amor, mundo fora, vem, doce de amora.


31-05-2005

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