Vejo-te mar encapelado,
sinto-te ventos ululantes,
assusta-me ser tão amado
em momentos assaz gritantes.
Vejo-te mar sossegado,
sinto-te numa leve brisa,
que bem me sinto afagado
em Vénus, teu monte que bisa.
No mar, na sua imensidão,
voa imponemte albatroz
vai alquebrado meu coração
voando deste amor atroz.
Lá longe, nessa visão sem fim,
leva minha ira um alado;
querias em mim um arlequim,
vai meu amor sonegado!
Naquela onda encapelada
vai um surfista em movimento,
o vento leva minha amada...
não ma tira do pensamento!
Atrás da onda outra virá,
passa o tempo, é já poente,
por quem minha amada andará
surfando neste mar persistente?
Espreguiça-se o mar na areia
eu desfilo minhas lembranças,
dele não me vem outra ideia,
recato-me em esperanças!
Espraia-se e serpenteia,
persiste no comportamento,
desejar-te foi contra - ideia,
dessossego do pensamento.
Vem a onda de que bravura,
em seus respingos me salgo,
lavo na noite que perdura
o meu rememorar amargo.
Estática e brilhante
vejo-te neste mar de prata,
por mais que te sonhe e cante,
teu querer-me não se reata!
02-06-2005
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