Alentejo

Silêncio na planície sem fim
sombra de um milhafre pairando no ar
cheiros de esteva e alecrim
pedras no leito seco do meu amar.

Seara amarela ondulante
monte branco e azul pintado
até à azinheira distante
ciúme em meu peito lavrado.

Um sol forte, quente e ofuscante,
uma brisa fresca e benfazeja,
em miragem te vejo provocante.

O pastor, o gado, seja quem seja,
sofre sob este sol inclemente,
esfuma-se meu coração candente.


02-06-2005

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