Rua do Picadeiro

Foste rua palmilhada,
vezes e vezes sem conta;
foste na vida a minha estrada
e do amor a montra.

Percorri-te, oh!, tantas vezes ensonado,
quantas e quantas de fastio
companheira. De mim, enamorado,
ouviste tormentos e martírio...

E foram tantas e tantas vezes,
que me recolhi à tua alma
e em teus conselhos adquiri calma,

Que hoje, vejo-me ainda por vezes,
em sonho estranho e verdadeiro
a calcorrear-te, Rua do Picadeiro.


03-06-2005

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