MINHA PÁTRIA

Ah! Huila, Huila,
Terra dos meus encantos,
De povos tantos!
Sinto-me possuí-la,
Sempre que penso ou falo,
Nas suas gentes
Sempre contentes.
Que regálo,
Sonhando ouvi-la,
E poder senti-la
Nos exóticos odores
De quantas flores,
As mulheres muhuila.


Perfumaram
A minha infância,
E recusei com jactância
Os reprovadores olhares
Dos «civilizados», em seus ares,
Debitando daquele atraso,
Sem ver que daria azo,
A uma prova de insolência
O pôr a mão na consciência.


Ah! Huila, Huila.
Previa a bela cantiga
Que a doce rapariga,
Ao ouvido me dizia,
Que amá-la frutificaria
Uma paixão desusada,
Nela endeusada,
A minha muhuila.


Em ti é procurado,
Quando se fala no passado,
Se afugentam as dores
E se recordam amores,
O teu ar destinado,
Dizendo " Em mim se fores
Amável, comportado,
Amante e dedicado,
Receberás flores."


Foi em ti, Huila
Que sonhei, outro dia.
A Serra abrindo-se, sorria:
"Vem, devaneia meu amigo,
Sabes bem que contigo,
Voando vou sem rumo
Do meu destino, assumo".
Sorria a minha muhuila.
Ah! Huila, Huila.


02-06-2005

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